Porque a urtiga queima a pele

O nome urtiga vem do latim urere (= arder) e é uma designação genérica de várias plantas que apresentam um mecanismo de ação semelhante. A mais comum delas é a Urtica dioica.
Nessas plantas existem diversas substâncias, principalmente a histamina, acetilcolina e ácido fórmico que, quando entram em contato com a pele, provocam dilatação dos vasos sangüíneos e uma espécie de inflamação.
As substâncias agressivas ficam armazenadas em minúsculos pêlos que se espalham pelo caule e folhas da planta. A parte inferior do pêlo apresenta incrustações de cálcio, o que lhe dá rigidez, mas a ponta é frágil e se rompe ao mais ligeiro toque.

Porque usar o nome científico das plantas

Os nomes populares das plantas variam muito de região para região, por essa razão, costumamos usar o nome científico para especificar uma planta. É a melhor maneira de garantir que ela será identificada em qualquer região.
A primeira palavra na classificação de uma planta identifica o gênero, por exemplo, Erythrina, Tibouchina ou Murraya. Existem, no entanto, muitas espécies de Murraya e, por isso, usa-se um segundo nome que identifica a espécie de um gênero. Por exemplo: Murraya exótica - o segundo nome normalmente descreve a qualidade que caracteriza a planta em questão.
Muitas vezes nos deparamos com nomes como Murraya sp., o que isso significa? O sp. é uma abreviatura que se refere a todas as espécies desse gênero ou, então, a apenas uma delas, sem especificar qual. Caso exista mais de uma variedade natural, de uma mesma espécie, haverá um terceiro nome para identificar cada uma delas.
Uma variedade produzida com a intervenção do homem é conhecida como “cultivar” - em geral identificada pela abreviatura cv. Neste caso, adiciona-se um terceiro nome, como se fosse um “nome de batismo”, por exemplo: cv. “Valentina” ou cv. “Song of Paris”.
Como padronização, os nomes científicos das plantas devem seguir as normas do Código Internacional de Nomenclatura Botânica, que determina, entre outras regras, que sejam grafados em latim, que o nome do gênero seja escrito com letra maiúscula e o nome da espécie com letra minúscula.
O nome científico é importante pois identifica a planta em qualquer lugar, não importando o seu nome popular. Assim, aquela violeta africana que você tem em casa, chama-se Saintpaulia ionantha em qualquer lugar do mundo.

O mistério das hortênsias

Muitas pessoas reclamam que adquirem mudas de hortênsia (Hidrangea macrophilla) de determinada cor e, com o passar do tempo elas mudam de cor: de azuis, as flores se tornam cor-de-rosa ou vice-versa. Por que isso acontece?
Na verdade, o índice de acidez e alcalinidade do solo pode realmente alterar a coloração dessas flores. O mistério funciona mais ou menos assim: em solos ácidos, ou seja, com pH abaixo de 6,5, surgem flores azuis; já em solos alcalinos, com pH acima de 7,5, surgem flores rosadas e até brancas. Podemos alterar o grau de acidez ou alcalinidade do solo, para determinar a cor das hortênsias. Para obter flores azuis, por exemplo, recomenda-se regar o canteiro duas vezes por ano com a seguinte mistura: 20g de sulfato de alumínio (pode ser substituído por pedra ume) diluído em 10 litros de água. Para obter hortênsias cor-de-rosa, faça primeiro uma poda na planta, para ajudar a eliminar parte do alumínio contido nas folhas. Depois, transplante-a para um novo canteiro, já preparado com 300g de calcário dolomítico por m2 .
Existe também a velha “receita da vovó” para intensificar o tom azul-violeta das hortênsias: colocar de molho em água alguns pedaços de palha de aço usadas e depois aplicar a “água enferrujada” nas regas semanais das hortênsias, alternando com outras regas normais.